Autor: Hugo Furtado

  • Coalho superior e ajustes na produção: Os ingredientes para uma receita de R$ 8 milhões

    Coalho superior e ajustes na produção: Os ingredientes para uma receita de R$ 8 milhões

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    O grupo do ATeG Agroindústria Derivados Lácteos anunciou recentemente, em Santo Antônio do Jacinto, o grande sucesso de um de seus programas. Uma parceira do SENAR MINAS e do Sindicato dos Produtores Rurais de Jacinto, as mudanças implementadas permitiram um aumento de 10,33% na produção, gerou mais de R$700 mil de faturamento e uma receita bruta anual de R$8 milhões.

    Os resultados foram obtidos graças às alterações e melhorias implementadas pela técnica de campo do SENAR, Luciana Godinho. Entre as mudanças que ajudaram a alcançar o resultado, ela cita: Utilização de lira, adequação de ponto de corte da massa, ‘mexedura’ da coalhada, utilização de coalho de melhor performance e custo (adquirido em compra coletiva) e a adequação de padrões na higiene da produção.

    “[…]O casal Luziano Aparecido Queiroz de Araújo e Geisla Pereira de Carvalho relembra o início do atendimento do ATeG. Segundo Geisla, tudo era feito na correria, e a técnica de campo mostrou que precisava de atenção para ter resultado. ‘Aprendemos a ter mais paciência e fizemos alterações na produção. Não usávamos lira e o nosso coalho hoje é com a quimosina. Gastávamos dez litros de leite para fazer uma peça de queijo e era uma festa quando isso acontecia, pois achávamos que estava ótimo. Hoje, gastamos menos de nove litros‘, confessou.[…]”

    O Macalé, mantendo seu foco em ajudar a todos os laticinistas não importando o tamanho da produção, se alegra em poder ter sua parcela de contribuição nessa história de sucesso, com o uso do nosso coalho.

    Leia a matéria original na íntegra abaixo ou no link: https://www.cnabrasil.org.br/noticias/grupo-do-ateg-agroindustria-tem-r-8-milhoes-de-receita-bruta-anual

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    Grupo do ATeG tem R$ 8 milhões de receita bruta anual


    10/05/2022 . SISTEMA FAEMG, SENAR

    “O aumento de 10,33% no rendimento gerou mais R$ 700 mil de faturamento no grupo do ATeG Agroindústria Derivados Lácteos e uma receita bruta de R$ 8 milhões”. Esses números foram apresentados durante a reunião para apresentação de resultados, em Santo Antônio do Jacinto.

    De acordo com o supervisor do ATeG, Sheider Santos, os fatores que mais contribuíram para esse resultado foram a utilização de lira, adequação de ponto de corte da massa, ‘mexedura’ da coalhada, utilização de coalho de melhor performance e custo (adquirido em compra coletiva) e a adequação de padrões na higiene da produção. “Com essas mudanças, profissionalizamos a cadeia na região e melhoramos a qualidade do produto, tornando-o mais disponível para novos mercados”, argumentou.

    Com a assistência técnica e gerencial do Sistema FAEMG, os produtores puderam entender a necessidade de investimentos em tecnologia e aplicaram medidas corretivas, instruídas pela técnica de campo Luciana Godinho. “Analisamos o custo operacional das queijarias, das maiores até as menores. Ficou nítido que os produtores que vendem sem intermediários não tinham a maior receita bruta, mas melhor margem, em função do preço de venda”.

    O casal Luziano Aparecido Queiroz de Araújo e Geisla Pereira de Carvalho relembra o início do atendimento do ATeG. Segundo Geisla, tudo era feito na correria, e a técnica de campo mostrou que precisava de atenção para ter resultado. “Aprendemos a ter mais paciência e fizemos alterações na produção. Não usávamos lira e o nosso coalho hoje é com a quimosina. Gastávamos dez litros de leite para fazer uma peça de queijo e era uma festa quando isso acontecia, pois achávamos que estava ótimo. Hoje, gastamos menos de nove litros”, confessou.

    Adequações

    A técnica Luciana conta que a ação corretiva comum a todos, e talvez a mais marcante, foi a aquisição de liras. “Antes do ATeG, eles quebravam com agressão a coalhada – muitos com a pá e outros com a mão, o que não era indicado também por causa da higiene. Junto com a lira, eles conseguiram comprovar que fazia diferença para o corte da coalhada e a adesão foi unânime. Todos ganharam mais queijos por dia! Em uma semana, os nossos atendidos pagaram, já com os ganhos na produção após as novas ações, o investimento com a ferramenta”.

    Outra mudança assertiva foi a alteração do coalho, mudança que veio após a técnica de campo apresentar amostras de outras marcas para que os produtores identificassem alguma diferença. “E assim aconteceu, tanto no sabor, como no desempenho, pois melhorou o rendimento”, afirmou Luciana.

    Além de melhorias na produção, o grupo entendeu a importância do gerenciamento e a noção de que tudo o que está relacionado à propriedade compõe o custo. “Não fazíamos contabilidade e apenas anotávamos gastos com combustível, funcionário e o leite. Hoje, anotamos energia, caixas, rodo, embalagens. Com tudo organizado, dá para ver se estamos lucrando ou não”, completou Geisla.

    O crescimento do negócio favoreceu o bolso e também a qualidade de vida do casal. “Quando o ATeG começou, o meu esposo estava em outro emprego e também trabalhava na nossa propriedade. Era uma correria! Depois de tantas melhorias, ele saiu do antigo trabalho e estamos juntos na queijaria. Hoje, trabalhamos para viver! Antes, a gente vivia para trabalhar. Conseguimos ter tempo para o lazer e conviver mais em família”.

    Desafios

    O grande gargalo para a cadeia, em termos de certificação e regulamentação, é a falta de inspeção local. Segundo o gerente regional do Sistema FAEMG, Luiz Rodolfo Antunes Quaresma, o Serviço de Inspeção Regional (SIR), viabilizado pelo Consórcio Intermunicipal Multifinalitário do Baixo Jequitinhonha (CIMBAJE), viabiliza a formalização dos produtos de origem animal, que são responsáveis por uma grande movimentação econômica e geração de renda e emprego na região.

    “A gente tem que colaborar com o crescimento técnico e gerencial, mas também viabilizar a regulamentação, trazendo qualidade, segurança e valor aos produtos. O empenho do setor público é fundamental”, ressaltou o gerente.

  • Os impactos da pandemia para o setor de laticínios

    Os impactos da pandemia para o setor de laticínios

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    A pandemia da Covid-19 veio e mudou tudo, criou ameaças e oportunidades para o mercado, impulsionando caminhos já existentes e aflorando o sentido do empreendedorismo, mudando a percepção de consumo de toda a sociedade.

    Neste cenário, a indústria laticinista viu mudanças acontecerem em todos os setores, desde a aquisição do leite até a entrega aos consumidores. E, mesmo com todas as adversidades, se reinventou e remodelou processos, impulsionando uma transformação gigantesca.

    A primeira mudança sem dúvidas foi o novo olhar para as pessoas. A crise da Covid-19 mudou a forma como nos relacionamos.

     Mesmo na indústria o trabalho home office quebrou tabus, ganhou espaço e aumentou  a produtividade das empresas, principalmente nas áreas administrativas dos laticínios.

    As tecnologias encurtam ainda mais a distância entre a sociedade e seu poder de consumo. Mostrando a todas as pessoas a importância da presença do alimento e da qualidade das produções, garantindo um bom preço e um produto bem trabalhado.

    Os encontros e a comunicação também tomaram outro rumo: as empresas precisam estar mais presentes, sempre um passo à frente para se destacar em um mercado tão competitivo. O consumidor agora está mais seletivo e um produto com diferencial é o que vai determinar se sua marca é especial ou dispensável.

    Na linha de frente, isto é, nas áreas de produção e distribuição também houve mudanças significativas com adoção de rígidos protocolos de segurança. Além das medidas de higiene pessoal, os gestores encontram um grande desafio: escassez de mão-de-obra, com adequações de funções, remanejamento e reorganização da equipe.

    No aspecto do mercado, envolvendo a oferta e demanda, as indústrias enfrentam um cenário totalmente atípico, foi preciso adaptar processos e rever muitas coisas, para distribuir os produtos no varejo e atacado. Atualmente, com o avanço da vacinação e a flexibilização das regras de isolamento social, o food service dá sinais de recuperação.

    A lição que fica é: a pandemia reforçou ainda mais a necessidade de uma comunicação clara, objetiva e contínua entre os setores comercial, planejamento, gestão e chão de fábrica.  Dessa forma todos caminham na mesma direção, atendendo às novas exigências do mercado.

    Pensando de forma ainda mais prática, a pandemia acabou por alavancar algumas mudanças que já estavam no caminho, mas que tomaram um ritmo ainda mais emergente, como é o caso da indústria 4.0, que vinha dando seus primeiros sinais antes de 2019 e que se mostrou versátil, mesmo em tempos de crise.

    O fabricante, o produtor e até mesmo o próprio consumidor começou a enxergar a tecnologia como um valioso aliado, aumentando a funcionalidade dos serviços, impactando na qualidade dos produtos e redesenhando novas formas de consumo.

    Nas plataformas de recepção do leite na indústria, houve uma grande mudança, do manual para o digital. Desta forma, toda a cadeia passou por um trabalho de renovação, onde informações manuais foram substituídas por integração de dados e sistemas.

    Contudo, a mesma tecnologia que informatizou os processos em todo setor, também trouxe grandes riscos para o sistema, com relatos de vazamento de informações. Por esse motivo, houve um grande foco na implantação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) estabelecendo regras de coleta, armazenamento, tratamento e compartilhamento de dados pessoais.

    Nessa perspectiva, a indústria de laticínios também teve que se adequar aos conceitos da LGPD. Vale ressaltar que este aprimoramento da gestão de dados resultou em custos operacionais adicionais para as empresas, mas assumindo uma postura mais segura, garantindo a proteção e tranquilidade do armazenamento de informações das produções.

    Para o futuro podemos esperar novas e grandes mudanças, com um avanço tecnológico ainda maior, com o objetivo de fortalecer a segurança e os períodos de crise que possam vir.

    Sabemos agora, que novos desafios trazem novas oportunidades. Mudanças aconteceram para que o mercado pudesse se calejar, transformações que vieram para ficar.

    Agora o que cabe ao pequeno e médio fabricante é se munir de inovação e alinhar sua produção a essa nova fase que ainda está começando a dar seus primeiros passos.

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    Veja também: Padronização da produção: saída para a instabilidade de custo do laticínio.

  • Padronização da produção: saída para a instabilidade de custo do laticínio

    Padronização da produção: saída para a instabilidade de custo do laticínio

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    Os altos custos para produção de laticínios tem tirado o sono de muitos fabricantes, principalmente nas pequenas empresas, que estão enfrentando atualmente uma dura briga para conseguir se manter estável no mercado e alcançar uma rentabilidade no mínimo razoável.

    A instabilidade de custo tem sido uma das principais “dores de cabeça” destes fabricantes. Com o aumento dos custos de produção, torna-se necessário um aumento de preço (repasse) ao consumidor final. Naturalmente, isto vai implicar em uma maior dificuldade em posicionar seu produto de forma competitiva.

    O preço do leite pago pelo fabricante chegou a R$2,36/litro em média no estado de São Paulo, com um custo operacional em crescimento, por volta de 13% no Brasil de janeiro a julho de 2021, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq/USP (Cepea)

    O Custo Operacional Total (COT), que corresponde às despesas recorrentes que o produtor de leite tem ao longo do mês, como alimentação do rebanho (volumoso e concentrado), salário de funcionário, medicamentos, sal mineral, seu pró-labore e às depreciações das instalações fixas estão mais altos no estado de São Paulo, em comparação a 2020.

    Outros estados também tiveram mudanças consideráveis neste custo, que afetam o rendimento e a demanda do produto. Veja no gráfico a seguir, a variação percentual (o eixo vertical indica a variação em % do COT).

    Variação mensal do índice de custos de produção de leite

    FONTE: Cepea/Esalq-USP e CNA
    *referencial vertical em porcentagem

    Quais os motivos para a instabilidade dos custos?

    O comportamento do consumidor mudou e isso foi ditado pelo aumento no desemprego, de forma que a demanda caiu muito com relação a anos anteriores. Neste mesmo contexto, com o aumento do preço final do leite, a população passou a diminuir ainda mais este consumo, pois os valores não acompanharam o poder aquisitivo do brasileiro pós pandemia (a pandemia ainda não acabou).

    Aliado a isso, ainda estão os altos custos de produção, o período de estiagem, geadas e a queda da oferta de pastagens, que interferiram na produtividade e volume de leite disponibilizado, forçando a indústria a aplicar o reajuste nos preços.

    Padronização da produção

    Segundo a analista técnica Eliamar Oliveira, a queda no poder de compra pode comprometer as margens e a rentabilidade da atividade leiteira. Por isso é importante que o fabricante conte com apoio técnico, que o auxilie a planejar e estabelecer estratégias que diminuam os impactos dos custos e garantam o bom desempenho da produção.

    Em momentos de dificuldade é muito comum a busca por ingredientes mais baratos, numa tentativa de cortar custos. Essa, infelizmente, é uma prática comum que muitas vezes acaba por comprometer ainda mais a situação. Investir em ingredientes de maior valor agregado garante o bom desempenho da produção, o melhor aproveitamento da matéria-prima e a qualidade do produto final. 

    Neste momento a fabricação em larga escala está levando vantagem, assim como produções com valor agregado. Porém para alcançar esse patamar, é preciso padronizar os processos e intensificar o volume de produção, através de tecnologia, técnicas mais otimizadas e modernas.

    Agora o fabricante precisa atualizar sua indústria para se manter vivo no mercado, criando um viés mais profissional, onde ele é obrigado a expandir suas estratégias, aumentar a eficiência dos processos e explorar bastante seu sistema produtivo.

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    Veja também: Condições climáticas afetam indústrias de laticínios.

  • Condições climáticas afetam indústrias de laticínios

    Condições climáticas afetam indústrias de laticínios

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    A indústria de laticínios está enfrentando um momento muito delicado, que reflete em altos preços para o consumidor e custos elevados para os fabricantes, que buscam novas alternativas para amenizar o impacto da crise do leite no país.

    De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq/USP (Cepea), o preço do leite captado em julho e pago ao fabricante em agosto subiu 2,1% em relação ao mês anterior e 11,7% com relação ao mesmo período no ano passado.

    As condições climáticas no Brasil são o principal motivo para esse aumento, que trouxe inseguranças às indústrias, aumentando a instabilidade com relação ao volume de captação. Com isso, a competição pela compra de insumos ficou acirrada, mantendo a valorização do mercado, mas impossibilitando a redução nos preços.

    Vale lembrar, que mesmo com essa valorização, o produtor está longe de aumentar seu rendimento, pois os custos para produção ainda estão altos, o que no final das contas torna o aumento da produtividade, um cenário pouco provável.

    Segundo Ronei Volpi, presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), os custos elevados e a demanda fraca serão grandes desafios para o setor em 2021/2022, consequência da pandemia, que interferiu completamente na produção e consumo do leite e seus derivados. 

    Para Volpi, a previsão para esse ano é de mais dificuldade no controle dos custos de produção, exigindo atenção e planejamento por parte das indústrias. O preparo dos fabricantes com relação à concorrência, otimização de processos e qualidade do produto, podem garantir o equilíbrio da oferta e demanda no mercado lácteo.

    Como se preparar para o próximo ano?

    Entre todas as inovações no setor e tendências que permeiam o mercado de laticínios, a principal busca do consumidor são ofertas aprimoradas que proporcionem uma nova e única experiência de consumo. 

    Essa é inclusive, uma das necessidades e objetivos da indústria 4.0, que entregam ao usuário funcionalidade, praticidade, exclusividade e uma experiência surpreendente, para que este se destaque da concorrência.

    O melhor sabor, os melhores ingredientes, uma produção organizada e estratégica, habilidades técnicas padronizadas e planejadas, foco nas necessidades do consumidor e ao mesmo tempo equipamentos, equipe e processos inovadores e atualizados. O que pode lhe parecer muita coisa é na verdade, o retrato de uma gestão de riscos e projetos bem estruturados, com projeções para o futuro.

    Apostar na tecnologia e controle para sua produção é além de atualização necessária para o mercado, uma possível saída em momentos de crise. Com este tipo de gestão, os processos permanecem otimizados, mantendo sempre a higiene e qualidade, independente das mudanças no setor.

    Até mesmo você pequeno empreendedor, fabricante independente, precisa pensar em possíveis saídas para crises imprevisíveis e investir mesmo que de forma inicial, em inovação industrial. Essas mudanças impulsionam sua produtividade, garantindo a padronização dos processos, atualização técnica e qualidade de excelência.

    Alguns passos para organizar sua indústria no período de crise:

    • Análise de oportunidades e ameaças;
    • Implementação de uma gestão de projetos e crises;
    • Atualização técnica;
    • Organização dos processos produtivos;
    • Investimento em inovação e tecnologia;
    • Investimento em ingredientes diferenciados;
    • Qualificação e preparo dos colaboradores;
    • Mapeamento de parcerias;
    • Redução de custos desnecessários;
    • Investimento em matéria-prima de qualidade.

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    Veja também: Inovação em laticínio: o que o setor tem feito para continuar crescendo

  • Requeijão: com ou sem amido?

    Requeijão: com ou sem amido?

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    O requeijão cremoso tem diversas variações, seja em suas características ou em sua produção, mas de modo geral, seu produto final é resultado de alguns processos: pasteurização, coagulação, aquecimento, correção da acidez, preparo da massa, pesagem, fundição e por fim envase.

    Tipicamente brasileiro, o requeijão se mostra ao mercado com uma grande variedade diferindo em umidade, consistência, espalhabilidade e teor de gordura – como é o caso do cremoso – apresentando-se também em versões mais firmes, como o requeijão do norte.

    Sua composição consiste, em média:

    Fonte: FOODBASE. Base de dados em CD-ROM da Legislação Brasileira. Associação Brasileira das Indústrias de Alimentos,1996. 

    Mesmo sendo uma produção que cresce constantemente, o requeijão cremoso nem sempre se mantém fiel a sua composição base, como vimos no gráfico acima. 

    Porém em outras versões comercializadas a baixos preços, o requeijão tem incorporado em sua composição, o amido de milho, que substitui parte do requeijão, economizando em matéria-prima e aumentando o rendimento da massa final. Neste caso, o amido vai incorporar mais água reduzindo o custo, obtendo mais produto com a mesma base, porém a nomenclatura muda para “mistura de requeijão com amido” o amido não substitui a massa. 

    Essa prática começou em 2005 com a fabricação de “especialidades lácteas”, produtos semelhantes, porém muito mais econômicos para o consumidor final e seus fabricantes, deixando a desejar quando o assunto é sabor, textura e valor nutricional.

    Em 2006 essas embalagens que eram comercializadas com cores e imagens semelhantes aos originais, precisaram modificar os rótulos, introduzindo avisos e tabelas nutricionais mais específicas para essa composição com amido. Entretanto, a nomenclatura “especialidades lácteas” não foi mais exigida e o termo “requeijão” passou a ser usado também nestes casos, o que gerou muita polêmica.

    Mas aqui fica a pergunta: com ou sem amido?

    Existem aqueles fabricantes que não se importam em modificar a originalidade do produto para conseguir um retorno mais expressivo, porém muitos outros preferem manter a tradição e a qualidade fiel do requeijão. Vale lembrar que a mistura de requeijão amido não é um produto inferior, mas é preciso que o consumidor entenda sua finalidade, muitas vezes voltado para uso culinário para produção de pratos que aguente o forneamento.

    Entre os consumidores, há aqueles que também não se importam com a substituição, mas a grande maioria que preza por qualidade e sabor, não abrem mão do bom e velho requeijão cremoso tradicional, com ingredientes de excelência para uma experiência muito mais saborosa.

    Você fabricante, que ainda tem dúvidas, precisa analisar todos os pontos positivos e negativos dessa adesão e seus impactos em sua produção. Produtos de qualidade podem garantir muito mais lucratividade para sua indústria e de quebra a fidelização e promoção de excelentes clientes.

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    Veja também: Qual o melhor tipo de coagulante (coalho) para meu queijo?

  • Gestão eficiente impacta produtividade da pecuária leiteira

    Gestão eficiente impacta produtividade da pecuária leiteira

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    A produção de laticínios, assim como outros setores da pecuária, necessita de uma dedicação quase exclusiva, pois a produção e sua demanda são constantes, exigindo atenção a alguns índices como a qualidade, por exemplo. Porém, independente do tamanho da produção e sua oferta ao mercado, as funções operacionais não são as únicas que demandam cuidados.

    A gestão eficiente tem grande impacto sobre os resultados da produção e funciona de forma estratégica para otimizar os processos, gerando mais produtividade e assim, aumentando sua lucratividade.

    De acordo com o Índice Ideagri do Leite Brasileiro (IILB) a produção de leite por matriz cresceu 4,7% entre outubro de 2019 e setembro de 2020, um aumento importante na produtividade das 615 fazendas profissionais avaliadas pelo programa. Esses dados aumentam as expectativas pecuárias para os próximos anos, afinal diferentemente de outros setores, a produtividade pecuária leiteira cresceu, mesmo com a pandemia.

    As indústrias de laticínios são impactadas por esta crescente e já conseguem projetar melhorias em alguns pontos, como a busca por fornecedores com custos competitivos para o mercado, uma mudança bem diferente para pequenos fabricantes.

    O que é uma gestão eficiente?

    Alguns passos importantes podem ajudar neste processo:

    • Anote as suas despesas e receitas e mantenha este controle sempre atualizado;
    • Calcule o custo da produção para entender melhor a situação, afinal lucro e custo estão conectados diretamente;
    •  Use os dados anotados para produzir indicadores de comparação, dessa forma você conseguirá compreender quais as necessidades futuras projetadas do ponto onde você está agora;
    • Analise os concorrentes para identificar pontos fortes e fracos, informações importantes para o seu desempenho frente ao mercado;
    • Planeje os gastos para os próximos meses;
    • Com todas as informações em mãos você consegue compreender melhor as necessidades da sua produção e fazer as devidas mudanças.

    A 10ª edição do Índice Ideagri do Leite Brasileiro (IILB) divulgado em junho deste ano aponta que os produtores de leite brasileiros com maior eficiência produtiva e gestão, aumentaram sua produtividade 2,3 vezes mais rápido que a média de fazendas profissionais.

    Benefícios de uma gestão pecuária leiteira eficiente

    A produtividade não é o único benefício para o produtor, a lucratividade, competitividade no mercado, eficiência dos processos e geração de novos postos de trabalho também tem um impacto significativo, colaborando ativamente para a resolução de alguns pontos críticos em comum neste segmento, como:

    • padronização dos processos para o aumento da qualidade dos produtos;
    • análise de deficiências nos processos produtivos;
    • identificação de oportunidades e investimentos com grande potencial.

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  • Indústria 4.0: o que é e qual seu impacto?

    Indústria 4.0: o que é e qual seu impacto?

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    Após três longas e importantes revoluções no meio industrial, o mercado começa a aquecer e se preparar novamente para outra reviravolta. Uma quarta revolução industrial apresenta sinais, uma mudança que vem sendo preparada e difundida entre muitos países a tempos, como a Alemanha, que já falava da indústria 4.0 em 2011.

    A pandemia que se tornou uma das principais reviravoltas em todos os setores e em todo o globo, acabou por testar as habilidade do homem de se reinventar, se adaptar a períodos de insegurança e muita inconstância, assim como absorver e aplicar inovações em seus mais diversos segmentos.

    Enquanto ainda nos recuperamos de um período caótico e instável da sociedade, a indústria 4.0 começa a se apresentar e modificar ainda mais o mercado, as empresas, a economia, suas formas de inovação e avanço tecnológico.

    O que é indústria 4.0?

    Antes de compreender a 4.0 e suas especificidades, precisamos conhecer o que veio antes, neste caso as outras três revoluções industriais que modificaram a forma como a sociedade consome, se comporta e muito mais.

    Indústria 1.0

    Neste período saímos da produção manual e artesanal para mergulhar de cabeça na energia a vapor e mecanização da produção. As máquinas servem como ferramentas de trabalho, auxiliando na produtividade e gerando oportunidades de emprego. Uma enorme mudança, em âmbito social, econômico e político.

    Indústria 2.0

    Marcada pela descoberta da eletricidade, a segunda revolução industrial interferiu diretamente na produção, criando as linhas de montagem, otimizando as fabricações e aumentando a lucratividade. A ciência começa a dar passos mais largos e interferir em processos de inovação.

    Indústria 3.0

    A tecnologia da informação marcou essa época, aumentando a automatização dos processos de produção e substituindo mão de obra humana, por máquinas em muitos setores, levando o homem a repensar seu papel de contribuição e isenção perante os avanços.

    Indústria 4.0 

    Agora com a indústria 4.0, a inteligência artificial(IA), a internet das coisas (IoT), sistemas ciber-físicos, computação em nuvem, entre tantas outras aplicabilidades, são norteadores de avanços tecnológicos e novas modificações em um contexto global e diversificado.

    Alguns pontos importantes que são trazidos para a i4 são:

    • Interconexão;
    • Transferência de informações;
    • Assistência técnica;
    • Decisões descentralizadas.

    A tecnologia está presente e frequente na vida da sociedade, os smartphones já não são uma novidade e na indústria, os processos antes realizados por operários e mão de obra humana, dão lugar a uma inteligência robotizada e automática, programada para ser mais ágil, eficiente e prática, facilitando e otimizando processos e funções.

    As indústrias estão neste momento investindo seus esforços em inovação e na aplicação de técnicas para descentralizar funções, distribuindo entre inteligência artificial e humana as tarefas mais complexas e deixando as rotinas para o desempenho das máquinas.

    O mercado nacional e as tendências exportadas

    Inovação é a palavra de ordem, mas em alguns países ela é muito mais do que um gatilho de sobrevivência e avanço das indústrias, se tornou uma aplicação estratégica para avanço social, educacional e etc, interferindo em culturas e comportamentos.

    As indústrias brasileiras ainda precisam repensar suas culturas de incentivo à pesquisa e ciência e por muitos problemas estruturais, não investem em talentos universitários, dificultando a mão de obra qualificada e o crescimento/desenvolvimento do setor.

    Essas barreiras interferem não apenas na produção, mas no planejamento e pesquisa, vitais para acompanhar o ritmo do 4.0, alcançando muitos regimes que já tem essa nova revolução como um pilar de avanço e desenvolvimento, em escala global.

    Mesmo o caminho sendo longo, o agro pode enxergar na indústria 4.0 um leque de possibilidades e entender a tecnologia como um potente aliado para garantir a segurança e alta qualidade dos seus produtos, através de processos inteligentes, porém robóticos.

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    Confira também o artigo: Inovação em laticínio: o que o setor tem feito para continuar crescendo.

  • EPIs para laticínio: importância e itens essenciais para a sua produção

    EPIs para laticínio: importância e itens essenciais para a sua produção

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    O uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) na indústria é indispensável isso porque todo e qualquer ambiente de trabalho está sujeito a acidentes, mas esse risco é muito maior dentro de uma fábrica. 

    Além dos danos à saúde, esses acidentes acarretam outras consequências, como indenizações e interrupções na produção. 

    Infelizmente, na medida que o processo industrial foi se desenvolvendo, o número de acidentes também aumentou. Em razão disso, hoje qualquer atividade do setor precisa seguir normas regulamentadoras que visam resguardar os colaboradores durante o trabalho.

    O que são e qual a importância dos EPIs na indústria?

    Os EPIs são utensílios projetados para manter a segurança e conforto do trabalhador durante o desempenho de suas atividades. 

    No caso da indústria alimentícia podemos dizer que eles também são um importante componente das boas práticas de higiene, visto que impedem o manuseio direto do colaborador com os produtos.

    Considerando que o setor de alimentos tem uma responsabilidade muito grande em termos de qualidade, existem diversas normas e fiscalizações vigentes e que precisam ser seguidas. Elas buscam manter a integridade dos produtos, garantindo também segurança para o consumidor final.

    Sendo assim, há EPIs na indústria cujo uso é obrigatório, pensando não somente no manuseio da matéria-prima, mas em todos os cuidados de acondicionamento e transporte.

    Quais são os EPIs para laticínios?

    Considerando que os a indústria de laticínios faz parte do setor de alimentos, podemos citar como EPIs necessários para uma produção segura:

    Luvas de proteção 

    O uso de luva é uma proteção básica para quem trabalha com alimentos. 

    A manipulação constante dos insumos e até de produtos químicos exige que o trabalhador esteja equipado com esse EPI o tempo todo. Assim ele se protege de queimaduras, reações alérgicas, cortes e impactos, apenas para citar alguns riscos. 

    Com o avanço do mercado, hoje é possível encontrar luvas específicas para cada tipo de atividade, produzidas com materiais que não comprometem a flexibilidade do manuseio e que, consequentemente, também não prejudicam o trabalho. Ou seja, elas podem ser descartáveis, nitrílicas, térmicas, entre outras.

    Touca, máscara e óculos de proteção

    Os óculos são responsáveis pela proteção dos olhos dos colaboradores, principalmente em atividades que envolvem a mistura de insumos e que podem causar respingos

    Por outro lado, a touca e a máscara, ambas descartáveis, são importantes para evitar a queda de fios de cabelo nos alimentos ou mesmo respingos de saliva dos profissionais ao falar, tossir e espirrar.

    Botas

    As botas de EPI também são pensadas de forma a garantir não apenas a segurança, mas também o conforto do trabalhador. Na rotina industrial, é comum ter que ficar horas de pé ou se locomovendo durante a realização do serviço.

    Sendo assim, as botas de borracha ou PVC são uma ótima opção. Leves, impermeáveis, muito resistentes e fáceis de lavar, elas protegem os pés de impactos, objetos cortantes, substâncias corrosivas e escorregões, por exemplo. 

    Vestimentas de proteção térmica

    Outra característica muito comum nas indústrias, especialmente de alimentos, é a exposição a altas e baixas temperaturas. 

    As vestimentas de proteção térmica costumam ser compostas de japona, calça e capuz (para ambientes frios, como câmaras frias) e aventais de proteção (para ambientes quentes, como fornos e assadeiras).

    Protetores auriculares

    É natural que máquinas e equipamentos na indústria emitam ruídos e barulhos acentuados. Principalmente quando um mesmo ambiente tem vários equipamentos funcionando ao mesmo tempo, esses ruídos podem ser intensos, a ponto de prejudicar a saúde auditiva de quem precisa permanecer no local por um longo período.  

    Por isso é muito importante o uso de protetores auriculares, mesmo em caso de barulhos aparentemente inofensivos, mas que também podem comprometer a audição com o passar do tempo. Assim como o mangote, pois evita que pelos dos braços entrem em contato com o produto.

    Precisando de EPIs para seu laticínio? O Macalé fornece vários tipos de vestimenta e acessórios a serem usados dentro da fábrica. Confira nossos produtos: https://macale.com/produtos/?type=3329

  • Inovação em laticínio: o que o setor tem feito para continuar crescendo

    Inovação em laticínio: o que o setor tem feito para continuar crescendo

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    A inovação é um pilar fundamental da indústria. Ela é uma das principais condições para o crescimento e desenvolvimento de qualquer empresa no mercado atual, tão competitivo. Felizmente, a inovação em laticínio, especificamente, tem sido muito bem empregada.

    De acordo com dados de faturamento da ABIA (Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação), em 2010 o setor faturou R$ 33,1 bilhões. Em 2018, esse número já tinha mais do que dobrado, alcançando a margem de R$ 70,2  bilhões. 

    Considerando os resultados, podemos visualizar todo o potencial de crescimento que o setor de laticínios tem, que também foi muito bem aproveitado pelos empresários no período em questão.

    Conforme o tempo passa, chegam ao mercado novidades que permitem explorar esse potencial ainda mais. 

    De maneira geral, a inovação em laticínio recebe estímulos muito positivos, capazes de deixar produtores e consumidores igualmente satisfeitos, com produtos de alto valor agregado, rendimento e preço justo.

    Como investir na inovação em laticínio?

    Existem diversas maneiras de inovar sua indústria e a escolha de quais delas são ideais para o seu negócio depende de vários fatores. Podemos citar os objetivos da sua gestão, os desafios que busca vencer de imediato, os valores que orientam o seu trabalho e as condições financeiras para investimento, por exemplo.

    De qualquer forma, olhando para o que o mercado tem feito e as novidades que chegaram ao setor nos últimos anos, podemos levantar algumas das principais estratégias de inovação em laticínio. Confira:

    Equipamentos e maquinários

    As máquinas e equipamentos desenvolvidos na última década são inovadoras. Elas possibilitam uma produção mais rápida e em grande escala (maior produtividade), agregando qualidade e diferencial aos produtos. 

    Atualmente, os fabricantes e fornecedores de máquinas estão investindo em formas de aprimorar seus equipamentos, incorporando novas tecnologias para atender os clientes  com mais eficiência. 

    Ao experimentarem novos recursos e avaliarem quais realmente contribuem para a rotina de fabricação, essas inovações são capazes de otimizar as linhas de produção industrial.

    Podemos mencionar equipamentos que inovam da seguinte forma:

    • Garantindo a qualidade: na captação, resfriamento imediato, remoção de bactérias e desnate do leite e na recuperação e purificação na etapa de salga em salmoura, por exemplo;
    • Reduzindo o consumo de energia: principalmente em termos de resfriamento, compressores com tecnologia Scroll reduzem o consumo de energia de 13 a 15%, aliando benefícios financeiros a uma medida sustentável, assim como também acontece com a utilização do sistema fotovoltaico;
    • Automatizando a produção: automatizar aumenta a confiabilidade e eficiência do fluxo de fabricação e hoje já existem métodos que implementam um processo de produção automatizado, mas que permite a intervenção humana do começo ao fim. Ao diminuir a manipulação dos produtos há, consequentemente, menor risco de contaminação cruzada.

    Embalagens

    Nas embalagens de produtos, além do apelo visual, a tecnologia utilizada para acondicionar queijos em plástico sem deixar sobras valoriza o produto e o torna mais atrativo. 

    Além disso, as embalagens a vácuo são essenciais para aumentar o shelf life do queijo e garantir sua segurança durante o transporte e acondicionamento nos pontos de venda.

    Embalagens sustentáveis também contribuem para o cuidado com o meio ambiente, ocupam menos espaço e exigem investimentos menores. É o caso, por exemplo, da  garrafa cartonada asséptica para leite, desenvolvida pela Tetra Pak (sugiro colocar um exemplo deste tipo de embalagem para queijos – que é o maior foco do Macalé).

    A tecnologia utilizada na garrafa proporciona conveniência e confiabilidade para os consumidores, além de permitir impressão em toda a superfície, oferecendo uma visibilidade ainda maior para a marca.

    Ingredientes

    Não poderíamos deixar de mencionar os ingredientes, que compõem um leque extenso de oportunidades de inovação em termos de sabor, aroma, consistência e rendimento. Aqui podemos citar como destaques:

    • Coagulantes: a tecnologia 100% quimosina, presente na linha CHY-MAX® da Chr Hansen, garante maior rendimento e sabor único, assim como proporciona um soro de leite com alto valor agregado;
    • Culturas lácteas: Para fermentos de uso direto, já existem diversas culturas desenvolvidas com alta especificidade, sendo perfeitas para cada tipo de queijo que se deseja produzir. Um bom exemplo é a linha DVS® Sinergia, feita sob medida para se obter uma rápida fermentação de pasta filata e agilizar o processo sem perdas nas características do produto. As culturas com Lactobacillus helveticus garantem ótimo sabor, aroma, rápida acidificação e maior proteção contra ataques fágicos, além de serem flexíveis e proporcionarem um desempenho mais consistente e padronizado. Além disso, fermentos de uso direto também oferecem uma maior rotação de cepas, ideal para manter a efetividade do produto e se adaptar às características do leite da sua região.

    Tendências

    O produtor também deve ficar atento às demandas do próprio consumidor. Hoje se observa um interesse ainda maior em produtos funcionais (como os probióticos e fermentados), de origem vegetal e minimamente processados e acrescidos de aditivos químicos.

    O mercado espera produtos com características sensoriais bem conservadas, assim como um alto valor nutricional. 

    Isso abre espaço para que a inovação em laticínio busque atender a necessidades cada vez mais específicas, dando aos produtores opções para agregarem diferenciais aos seus produtos.

    Gostou deste conteúdo sobre inovação em laticínio? Confira também 5 tendências de mercado para ficar atento!

  • Qual o melhor tipo de coagulante (coalho) para meu queijo?

    Qual o melhor tipo de coagulante (coalho) para meu queijo?

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    A indústria de laticínios utiliza o coalho e os coagulantes há muitos anos. O coalho é o mais antigo, o coagulante é, de certa forma, mais recente.

    A utilização de enzimas na produção queijeira é reconhecidamente um dos métodos mais antigos de aplicação desses agentes, sem dúvidas também um dos fatores mais importantes para uma produção de alto desempenho.

    Considerando que essa é uma etapa que interfere diretamente nos quesitos econômicos da produção, assim como em seus padrões de qualidade, é essencial fazer uma escolha adequada ao seu tipo de produção.

    Aqui neste artigo você vai conhecer quais são os tipos de coagulantes para queijos e quais as diferenças entre eles. Acompanhe!

    Tipos de coagulantes para queijos

    Ao longo dos anos, as técnicas de produção evoluíram e deram origem a diversas estratégias de aplicação de coalhos e enzimas coagulantes. 

    O objetivo é sempre inovar e fazer com que a produção se adapte aos desafios modernos, atendendo às demandas dos clientes.

    De maneira geral, todos os tipos de coalhos e coagulantes para queijos se caracterizam pela presença de uma ou mais proteases que atuam sobre a K-caseína, coagulando o leite. Os diferentes tipos de coalho são classificados conforme sua origem, como podemos ver a seguir:

    Animal 

    Esse tipo de coagulante é formado por conjunto de enzimas extraídas do estômago de animais jovens ruminantes (bezerro, porco ou cordeiro, todos em lactação). 

    Pensando sobre aspectos químicos, é importante dizer que o coalho é composto de duas enzimas que quebram as cadeias de proteínas no leite: a quimosina e a pepsina, sendo a primeira a principal para o processo de coagulação. Ela está em níveis muito baixos no produto, o que também depende da idade do animal (quanto mais velho menor a concentração da quimosina).

    Nesse contexto, o coalho de bezerro é considerado o mais adequado para a fabricação de queijos porque apresenta um alto teor de quimosina, que desenvolve naturalmente a coagulação do leite no interior do estômago bovino.

    Ainda que a utilização do coalho seja uma alternativa um tanto quanto ultrapassada, muitos ainda a consideram como a melhor forma de aproveitar o animal abatido. Por outro lado, o aumento da produção de queijos faz com que esse método já não atenda toda a demanda da indústria de laticínios, que como veremos, já encontrou outras soluções.

    Além disso, o coalho bovino é altamente proteolítico e também não possui boa especificidade na coagulação, promovendo perdas de finos para o soro e gerando prejuízos financeiros para a indústria. 

    Microbiana

    Os coagulantes microbianos para queijos têm origem “fúngica”. A protease é produzida por meio da fermentação de um tipo específico de fungos ou leveduras, sem qualquer manipulação genética. Após a fermentação se obtém a enzima, da qual se extrai a quimosina. 

    Essa pode não ser a opção mais ideal para quem produz, por exemplo, queijos de maturação prolongada. A maioria dessas proteases possuem alta atividade proteolítica. Isso pode provocar um gosto amargo em queijos destinados a estocagem prolongada, assim como a perda de estrutura do produto final. Como consequência, tudo isso também pode diminuir o shelf life.

    Vegetal

    A produção artesanal é bastante adepta aos coagulantes vegetais. Eles são extraídos de plantas como cardo, figo, semente de girassol, abacaxi (bromelina) e mamão (papaína), assim como da casca de árvore ou urtigas. 

    Estes vegetais têm a capacidade de produzir enzimas com propriedades de coagulação. Porém, assim como os coagulantes microbianos, é possível que a fabricação a partir deles apresente o aspecto indesejável de sabor amargo, além da perda de estrutura e consequente diminuição do shelf life.

    Outra desvantagem desse tipo de coagulante é que seu poder de coagulação é mais imprevisível, o que pode comprometer o padrão de qualidade.

    Ácido

    Esse tipo de coagulação utiliza um ácido como agente, podendo ser o ácido acético, ácido cítrico ou o ácido lático. 

    Uma outra opção é a multiplicação da cultura láctea, que em condições favoráveis produz o ácido lático. Essa é uma alternativa viável porque o pH ácido faz com que as proteínas do leite percam estabilidade e coagulem.

    No entanto, essa só é uma escolha adequada para a produção de queijos do tipo frescal (como o minas frescal) ou para massa de requeijão, sempre em combinação com o coagulante. Isso porque o coágulo apresenta uma consistência mais frágil e que não atende a queijos prensados.

    Fermentação (FPC)

    O FPC (Fermented Produced Chymosin ou quimosina produzida por fermentação) é a maior das inovações em termos de coagulantes para queijos que se tem no mercado. Desenvolvido pela Chr. Hansen (o maior produtor mundial de soluções de coagulação de leite), o (FPC) CHY-MAX® é um coagulante que pode ser encontrado na forma líquida ou em pó.

    Por meio da padronização da quimosina 100% pura, a enzima coagulante obtida é de alta especificidade e garante o aumento da performance de produção. Os benefícios são notáveis em relação ao rendimento da fabricação de queijos, que cresce em uma escala de 1,5 a 2,5%. Ou seja, essa alternativa promove maior rendimento na fabricação e não tem influência no sabor amargo.

    Outra vantagem comprovada por estudos é que a enzima obtida por fermentação possui a mesma sequência de aminoácidos de bezerros em fase de alimentação exclusiva de leite, proporcionando um resultado muito semelhante ao de coagulantes de origem animal.

    Como podemos ver, existem diversos tipos de coagulantes para queijos. A escolha do melhor produto depende de fatores como o queijo a ser fabricado, disponibilidade no mercado, praticidade de uso, adequação a normas técnicas, custo-benefício e também dos seu próprio método de produção.