A indústria de laticínios está enfrentando um momento muito delicado, que reflete em altos preços para o consumidor e custos elevados para os fabricantes, que buscam novas alternativas para amenizar o impacto da crise do leite no país.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq/USP (Cepea), o preço do leite captado em julho e pago ao fabricante em agosto subiu 2,1% em relação ao mês anterior e 11,7% com relação ao mesmo período no ano passado.
As condições climáticas no Brasil são o principal motivo para esse aumento, que trouxe inseguranças às indústrias, aumentando a instabilidade com relação ao volume de captação. Com isso, a competição pela compra de insumos ficou acirrada, mantendo a valorização do mercado, mas impossibilitando a redução nos preços.
Vale lembrar, que mesmo com essa valorização, o produtor está longe de aumentar seu rendimento, pois os custos para produção ainda estão altos, o que no final das contas torna o aumento da produtividade, um cenário pouco provável.
Segundo Ronei Volpi, presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), os custos elevados e a demanda fraca serão grandes desafios para o setor em 2021/2022, consequência da pandemia, que interferiu completamente na produção e consumo do leite e seus derivados.
Para Volpi, a previsão para esse ano é de mais dificuldade no controle dos custos de produção, exigindo atenção e planejamento por parte das indústrias. O preparo dos fabricantes com relação à concorrência, otimização de processos e qualidade do produto, podem garantir o equilíbrio da oferta e demanda no mercado lácteo.
Como se preparar para o próximo ano?
Entre todas as inovações no setor e tendências que permeiam o mercado de laticínios, a principal busca do consumidor são ofertas aprimoradas que proporcionem uma nova e única experiência de consumo.
Essa é inclusive, uma das necessidades e objetivos da indústria 4.0, que entregam ao usuário funcionalidade, praticidade, exclusividade e uma experiência surpreendente, para que este se destaque da concorrência.
O melhor sabor, os melhores ingredientes, uma produção organizada e estratégica, habilidades técnicas padronizadas e planejadas, foco nas necessidades do consumidor e ao mesmo tempo equipamentos, equipe e processos inovadores e atualizados. O que pode lhe parecer muita coisa é na verdade, o retrato de uma gestão de riscos e projetos bem estruturados, com projeções para o futuro.
Apostar na tecnologia e controle para sua produção é além de atualização necessária para o mercado, uma possível saída em momentos de crise. Com este tipo de gestão, os processos permanecem otimizados, mantendo sempre a higiene e qualidade, independente das mudanças no setor.
Até mesmo você pequeno empreendedor, fabricante independente, precisa pensar em possíveis saídas para crises imprevisíveis e investir mesmo que de forma inicial, em inovação industrial. Essas mudanças impulsionam sua produtividade, garantindo a padronização dos processos, atualização técnica e qualidade de excelência.
Alguns passos para organizar sua indústria no período de crise:
- Análise de oportunidades e ameaças;
- Implementação de uma gestão de projetos e crises;
- Atualização técnica;
- Organização dos processos produtivos;
- Investimento em inovação e tecnologia;
- Investimento em ingredientes diferenciados;
- Qualificação e preparo dos colaboradores;
- Mapeamento de parcerias;
- Redução de custos desnecessários;
- Investimento em matéria-prima de qualidade.
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